O tratamento dado à tese da secularização pela sociologia empírica da religião praticada hoje no Brasil simplesmente não satisfaz (pelo menos aos intelectos teoricamente mais exigentes). Neste ensaio, diante da celebração empirista e inconseqüente de fenômenos religiosos que supostamente estariam fazendo da nossa contemporaneidade uma época de "dessecularização", ou" pós-secularização", o autor defende a necessidade de se reabrir a discussão conceitual do problema. Pode ser de grande utilidade para a sociologia da religião, argumenta, enfrentar-se de novo com o velho significado jurídico-político com o qual, no Ocidente, se pôs a questão deste processo histórico-social de dessacralização instalado, antes de mais nada, na esfera vital da normatividade jurídico-política. Este é o significado que se explicita na "sociologia do direito" de Max Weber, autor que é considerado, também por seus críticos, o maior representante da tese da secularização na teoria sociológica.
The treatment of the secularization thesis by the empirical sociology of religion made currently in Brazil is theoretically deficient (at least for the most demanding intellects). In this article, having regard to the empiricist and ill-advised celebration of recent religious ferments which are supposed to be turning our times into a "de-secularized" or "post-secularized" age, the author supports the claim for resetting the conceptual discussion. He suggests that it would be very useful to Brazilian sociology of religion to cope again with the old political-juridical meaning through which was first conceptualized the problem of a socio-historical process of dessacralization, taking place above all in the sphere of political-juridical normativity. This is the meaning unfolded by Max Weber, considered the major proponent of the secularization theory, in his sociology of law.
Le traitement dispensé à la thèse de la sécularisation par la sociologie empirique de la religion pratiquée à present au Brésil n'est simplement pas satisfaisant (du moins pour les intelects théoriquement plus exigeants). Dans cet essai, devant la célébration empiriste et inconséquente des phénomènes réligieux qui soi-disant feraient de notre contemporaneité une époque de "desécularisation", ou encore de "post-sécularisation", l'auteur défend la necessité de reprendre la discussion conceptuelle du problème. Il peut être très utile pour la sociologie de la religion, argumente-t-il, que l'on revienne au vieux sens juridique-politique avec lequel s'est posée, dans l'Occident, la question sur ce procès historique-social de desacralisation instalé avant tout dans le domaine vital de la normativité juridique-politique. Celui-ci est la signification qui se dégage de la" sociologie du droit" de Max Weber, l'auteur qui est consideré, même par ses oppositeurs, le plus grand répresentant de la thèse de la sécularisation dans la théorie sociologique.
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