Abstract Since the emergence of the crisis of capitalist globalization in 2008, the deconstruction of the Fordist wage relationship and the rising unemployment in various countries have stimulated the growth of labour informality, distancing workers from labour protection, intensifying turnover and stimulating intermittent employment. Collective bargaining has become increasingly rare and decentralized, and jobs increasingly precarious and individualized, undermining the protective capacity of the ‘moral economy of the poor’ and transforming direct action - that is, popular action without the mediation of unions and traditional political parties - into perhaps the only credible alternative for ‘precarious workers’ to express their demands in a world marked by the commodification of labour, basic services and housing. A return to the era of the ‘class struggle without class’? This is the conjecture that this article sets out to evaluate, comparing the class experience of poor and precarious workers in three countries from the so-called Global South: Portugal, South Africa and Brasil.
Resumo Desde o advento da crise da globalização capitalista iniciada em 2008, a progressiva desconstrução da relação salarial fordista e o aumento do desemprego em vários países têm estimulado o crescimento da informalidade laboral, afastando os trabalhadores da proteção trabalhista, intensificando a rotatividade e estimulando a intermitência do trabalho. As negociações coletivas foram se tornando cada vez mais raras e descentralizadas, e os contratos de trabalho cada vez mais precários e individualizados, minando a capacidade protetiva da “economia moral dos pobres” e transformando a ação direta − isto é, a ação popular sem a mediação de sindicatos e partidos políticos tradicionais − em, talvez, a única alternativa crível para o “precariado” expressar suas demandas em um mundo marcado pela mercantilização do trabalho, dos serviços essenciais para a subsistência e da moradia. Um retorno aos tempos da “luta de classes sem classes”? É o que pretendemos avaliar neste artigo a partir da comparação da experiência de classe dos trabalhadores pobres e precários em três países do chamado Sul Global: Portugal, África do Sul e Brasil.
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