Abstract Recent disasters involving mining companies in Brazil have drawn attention not only because of the scale of the social and environmental damage caused, but also due to the management practices implemented by the state. In November 2015 the world’s largest iron ore tailings spill occurred when the Samarco dam, located in the municipality of Mariana, Minas Gerais, failed catastrophically. A trail of destruction and death extended downstream for 700km until the mud reached the Atlantic ocean. Accompanying the reconciliation meetings and hearings at the Mariana Justice Forum with local communities, corporations and State officials, I identify some of the traps set by the negotiation space that, rather than offering an ideal condition of autonomy and symmetrical capacity for choice, operates as a mechanism for containing criticism and indirectly manipulating behaviour. Pursuing this line of analysis, the article discusses the political rationality and forms of control contained in extrajudicial conflict resolution strategies.
Resumo Desastres recentes envolvendo mineradoras no Brasil chamaram atenção não somente pela dimensão dos danos sociais e ambientais, mas também pelas práticas de gestão experimentadas pelo Estado. Em novembro de 2015 ocorreu o maior derramamento de rejeito de minério de ferro no mundo, a partir do rompimento da barragem da Samarco, localizada no município de Mariana, Minas Gerais. Um rastro de destruição e morte se estendeu por 700km até a lama atingir o oceano Atlântico. Ao acompanhar as reuniões e audiências de conciliação no Fórum de Justiça de Mariana, entre comunidades locais, corporações e funcionários do Estado, aponto para algumas armadilhas do espaço de negociação que, ao invés da condição hagiográfica de autonomia e capacidade simétrica de escolha, opera como mecanismo de contenção de críticas e manipulação indireta de condutas. Neste sentido, o artigo analisa a racionalidade política e as formas de controle contidas nas estratégias extrajudiciais de resolução dos conflitos.